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Vocação, Carreira e Realização


O Anseio Humano por Satisfação

Todo ser humano tem como objetivo encontrar, na vida, um estado pleno de satisfação. Caso essa premissa não fosse verdadeira, analistas, psicólogos e psicanalistas estariam fadados a mudar de profissão. O que ocorre, no entanto, é exatamente o contrário: a cada dia, um número crescente de pessoas busca ajuda profissional para desenvolver o autoconhecimento, em busca de uma melhor compreensão da própria personalidade. A meta maior é a realização pessoal e, consequentemente, o encontro com esse tão almejado “estado de satisfação”.


A Jornada Interior como Caminho de Libertação

Quem busca esse tipo de auxílio compreende, com facilidade, a necessidade de libertar-se dos grilhões que impedem a felicidade. Sabe, inclusive, que a solução está dentro de si, exigindo apenas o apoio de alguém que o ajude a enxergar e dimensionar seus potenciais e seus desvios. Uma pessoa realizada é, sem dúvida, alguém que encontrou seu verdadeiro “caminho de vida”.


A Ilusão da Felicidade Passageira

O grande problema, porém, é que a maioria das pessoas encara o “estado de plena satisfação” como uma meta utópica, contentando-se com uma felicidade momentânea e passageira. Daí nasce a crença de que a realização plena é inatingível ou, no mínimo, acessível apenas a um seleto grupo de “eleitos pela sorte”.


O Propósito Maior da Existência

Essa crença não pode estar correta. Se existe uma Força Maior, um Deus, não se pode aceitar a ideia de que a satisfação plena é inalcançável — e muito menos justificar a inércia diante disso. Não buscar a própria realização é desperdiçar a oportunidade de viver plenamente.


O Condicionamento Social e a Perda da Identidade

Entretanto, seria simplista afirmar que basta desejar a tal satisfação para que ela surja de imediato. Muitas pessoas não a encontram porque sequer sabem o que ela é ou onde está, tamanha é a influência do contexto sociocultural e familiar em que estão imersas. Passam a acreditar que a meta de realização está em alcançar padrões socialmente aceitos, deixando de lado suas verdadeiras aspirações. Para essas pessoas, a realização tem origem fora delas mesmas. Do ponto de vista psicológico, isso representa uma agressão à integridade do ser. A filosofia de vida ocidental — mundana, diga-se de passagem — vem nos impondo essa atitude anti-natural há séculos, exaltando o domínio da razão e a busca por um conhecimento abstrato e inalcançável, desviando-nos do caminho do autoconhecimento.


A Sociedade como Campo de Experiência

É importante esclarecer que a sociedade e a família não devem ultrapassar os limites necessários ao crescimento do indivíduo enquanto “ser individuado”, livre e independente. Somente assim ele poderá tomar decisões tendo como base o “si mesmo” — não num sentido egoísta, mas integral. A sociedade e a família devem ser compreendidas como campos de experiência, onde o indivíduo vive seu processo contínuo de evolução. São parte do meio ambiente, um dos desafios presentes na complexidade do SER — tema que a Astrologia explica com clareza ao delimitar as “Casas Terrestres”.


O Que É Meu e o Que Me Foi Imposto

Torna-se evidente que a satisfação nunca será atingida sem uma clara distinção entre o que é inerente a si mesmo e o que foi “introduzido” por fatores externos. Isso, porém, não significa que a sociedade ou a família sejam, por natureza, nocivas — mas sim que o discernimento entre o essencial e o imposto é fundamental.


Sucesso Social vs. Satisfação Interior

Compreende-se, então, a grande diferença entre o “sucesso mundano” e o verdadeiro “estado de satisfação” aqui tratado. O indivíduo que busca a realização por meio de metas desalinhadas com seu verdadeiro SER jamais encontrará satisfação, por mais reconhecimento social que alcance. Se fosse diferente, os índices de consumo de álcool, drogas e suicídio nas classes privilegiadas seriam muito menores.


O Chamado Interior: Vocação e Realização

Satisfação é realizar plenamente os desejos e necessidades do SER. É ouvir o chamado interior — do latim vocare, “chamar” — ou seja, a verdadeira vocação. Atender a esse chamado é responder ao propósito da própria existência, em direção à plena realização.

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